segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Deixe-me ser
O monstro que sou
Devorar-te pouco a pouco
A carne já podre
Purificando, assim, tua alma.
Confie em mim
Mesmo a dor vai melhorar
Sem sentido é amargurar
Seja você quem é
E deixe que eu seja,
ao mesmo tempo,
quem sempre fui.
Não existe freio
Nos lábios do monstro
Nem enforcador
Reprime o animal
Não seria assim de tal forma
Que ele pode seguir em frente?
Você já pensa
A couraça o torna indestrutível
Com isso incombatível
Assustador, por fim.
Mas não há mal em seu coração
Que supere a bondade nas intenções
Acredite e deixe a fera se aproximar
Sem levantar escudos
Construir muralhas
E se fechar na torre.
Decapitar tua cabeça seria tão fácil
Não vê?
Poder não torna ações obrigações
Se fosse para roubar seu sorriso,
arrancaria seus dentes
Um por um
Mas prefere observar o sono tranquilo
Para dar-te a mão ao sinal de pesadelos
Afagar os cabelos até que os sonhos voltem
Quem o fez monstro
Se não você?
- A forma que o vê
Entrega-lhe logo o coração
Há refúgio para ele
Escondido além da pele fria
Poderia tomá-lo
Usando força
Mas não seria útil
Se não fosse um presente, seria?


domingo, 7 de outubro de 2012

Dela

Sua sincera falta de palavras me faz ver
O que havia de falta em você
Transparecendo nervoso
Desejo incontido
Porém não expresso
Só faz a pele molhar
E o corpo tremer;
E de longe todo mundo vê
O quanto é dela o coração dele
Da batida ao ritmo do andar
Perdendo o compasso
Enquanto vacila
Na incerteza entre correr
Ou ir devagar.
O fato é que vai
Do jeito que for
Certo como é certa a volta
Até achar o caminho exato
Pra ficar.

Papel de rascunho

Em alguma parte da poesia me perdi.
Achei que não poderia mais continuar
Mas também me iludi.

Hoje rascunho versos
Em papel de rascunho
Pra lembrar de aproveitar o passado

Quem foi que disse que o rio não é mais o mesmo?

Se o universo não passa de algo imaginado.

E nem me faça falar
Sobre o que é real
Não estava mentindo:
- Me perdi.

Eu lembro de memórias que eu nunca vivi.
O passado se torna enevoado
E tudo que você costumava saber ou conhecer
Torna-se um franzir de sobrancelhas.


Sem dizer adeus

E ele saiu.
Poderia ter machucado
Mas disse boa noite
Desejou que eu dormisse bem.

Eu conheço a dor em seu coração
E reconheço que sentiria o mesmo
(Mas jamais esconda,
Eu não iria.)

Porque a esperança continua
E pouco a pouco tece um futuro
O futuro que eu desejo que seja possível

Me preparando pra achar um jeito
De te achar sem me perder
Se procurar ou precisar, estarei do seu lado.