domingo, 11 de maio de 2014

A Ela

A Ela dedico minhas linhas, meus versos. Todo meu trabalho e todo meu esforço. Por Ela e para Ela, escolho viver uma vida de agrado e orgulho, e dar a Ela nada menos do que Ela merece. É Ela que me leva ao colo quando a dor bate mais forte e, mesmo sem que eu seja a melhor pessoa do mundo em contar meus problemas, chora por mim. Mesmo sendo a pessoa mais forte que conheço, se preocupa e se importa comigo, me fazendo sentir o ser mais especial e sortudo que já existiu.
Venceu tantos obstáculos que desconheço, e se não conheço é graças a Ela. É muito fácil ser quem sou quando tive alguém para me criar da forma correta, a divisão equilibrada entre o amor e as lições de vida para manter meu caráter no eixo, e a vontade de ser a melhor pessoa que eu puder.
Jamais escolheria outra, trocaria ou a esqueceria. Ela me deu, simples assim, a possibilidade de existir. E, nesse ponto, entendo como as pessoas são religiosas. Quando penso num ser que faria por mim qualquer coisa, que me faz sentir não o que eu quero, mas o que eu preciso, cuida de mim e está sempre ao meu lado, penso que não poderia fazer nada além de idolatrar até o fim dos meus dias, e com toda minha força, como farei.

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Esse texto é para minha mãe, "a melhor mãe do mundo", como diria minha irmã.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Coruja

Nunca reparei que tinha os olhos vermelhos, como se fosse finalmente consumida pelo mal que a preenchia. Até que um dia, repentinamente, fui invadida pelo mesmo pacto de sangue, aquele que amaldiçoava meu tempo livre e exibia cada signo de forma torturante.
A encarei. Mantive seu rosto colado enquanto o olhar penetrante perfurava minha córnea. Sem piscar.
Aquele vermelho, pensei nas escalas, só poderia ser um novo tom. Como fogo encoberto por sombras ao mesmo tempo que reluzia com poder absoluto.
Permaneceu na mesma posição. Não havia mais segredos para mim. Qualquer palavra que dissesse seria tão desnecessária quanto imaginar como situação algo que não era, e nunca seria, uma opção. Estava lá porque queria, qualquer fosse o fator externo que a fizesse querer. Não havia divisão de conta, nem espera para usar o banheiro. A responsabilidade era somente sua de trocar as lentes e sair pela porta.
Vi a mim mesma refletida nos lagos de sangue. Talvez lutando sua própria luta tenha, sem querer, apresentado a mim a inércia, para que eu descobrisse sozinha o poder da reação.