segunda-feira, 15 de agosto de 2016

The King knows me so well

Longe de mim,
Flutuando na água escura,
Vi a garrafa de vidro que esperava encontrar
Aquela antiga mensagem de amor.

Provavelmente estaria vazia
Talvez não.
Provavelmente teria resquício de bebida velha
Mas que diferença faz se não posso alcançar?

Enquanto não afundo os pés nas ondas
Enquanto não sinto sua temperatura me congelar
Ela pode ser a garrafa que espero
Portanto, não a sigo

Niemeyer e suas curvas
Frente as barcas que se encontram
Os carros que se cruzam Rio-Niterói
E as pedras tentam barrar a água
Tentativa não analisada de contenção

Minha garrafa foi para mais longe
Enquanto me distraí escrevendo num pedaço picotado de árvore
Parece que o sol esfriou desde que sentei aqui
Mas ele apenas se fez distante, e fez falta

E eu nunca realmente tentei perseguir aquela garrafa estúpida.

Jardim em diagonal

Onde fui, as paredes eram negras
O silêncio do tom era quebrado apenas pelos traços harmoniosos em giz
Suas formas espirais, espalhadas.

Havia um pequeno palco
Músicos tocavam num ritmo animado
Mesmo as músicas sobre dor.

Encontrei-me perdida mas refletida no espelho
Me apaixonei pelo sorriso que não mais via

Existe um lugar que vou pouco
Mas é o mesmo lugar de onde nunca quero sair
Nele, o jardim cobre a ladeira
E seus encantos se apresentam como uma curva no mundo
E somem, atrás de um muro de vidro

Nunca vi seu fim
Ou pude me aproximar
Mas ele estava lá
E só de tê-lo encontrado, soube que tudo ficaria bem