quinta-feira, 11 de abril de 2019

Life finds a way

2 de dezembro de 2018. Minha vida mudou. Neste dia acordei cedo, fiz uma tatuagem. Voltei para casa radiante, arrumei minhas coisas e me mudei. Achei que seria assustador. De repente, eu não teria mais o meu quarto, o meu espaço. Mas teria um lar nosso, seu e meu, sem hierarquia. 
Quando parava para pensar sobre esse momento, eu nunca soube dizer como seria. E fui reflexiva porém cantarolante pelo caminho.  Arrumamos a mudança e durante todo o tempo fiquei esperando o momento em que eu sentiria a estranheza de sair de casa. Ela não veio. A sensação era muito natural, fluida. Durante um bom tempo fomos todos os finais de semana de volta para Araruama e nada parecia ter mudado. Nada até que ficamos um tempo sem ir e nem foi muito tempo.
Então, quando voltei para Araruama depois desse não muito tempo fui atingida pelo sentimento de estranheza que achei que viria da casa nova. 
Percebi então que o sentimento não vinha do lugar, mas das pessoas. Estava tão acostumada a estar perto do Otávio, que dormir ao lado dele todo dia é um sentimento confortável, natural. Agora passar tempo longe da minha mãe e irmã nunca foi natural para mim. Estávamos juntas quase todos os dias, de modo que a distância delas foi minha estranheza. 
Todo esse tempo eu fiquei preocupada de estar numa casa nova e querer fugir por pânico de não estar em casa, mas não. Me sinto em casa. Só preciso não me afastar de minha família jamais.