segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Iceberg

É engraçado como as pessoas não enxergam nenhum tipo de problema até ser absolutamente necessário e depois não entendem sua dimensão, como se fosse um súbito e exagerado surto. Assim, como não entendem o complexo da grande situação existente abaixo da água, onde os olhos não alcançam, é comum que julguem somente pela aparência: superficial. 

É infinitamente mais fácil minimizar o sentimento alheio do que lidar com sua própria falta de sensibilidade e ser obrigado a refletir sobre um pensamento, se auto corrigir e filtrar o conteúdo antes de proferir palavras que talvez não valham a pena ser ditas.

Há quem ache que sempre vale a pena - os que preferem "perder o amigo do que perder a piada". Mesmo eu não entendendo que tipo de companhia e apoio uma piada pode fornecer uma vez que esse tipo de ser não-humano estará sozinho ou se encontrará cercado de outros como ele. E assim como eles não se importam uns com os outros.

Realmente, me incomodo mais do que devia com injustiça e ignorância. Poderia ter me tornado uma pessoa sábia que ao notar a incapacidade de certas pessoas de reconhecerem seus defeitos, simplesmente abandona o assunto. Infelizmente, ainda não cheguei lá. Insisto no diálogo, no debate. Não funciona. Não consigo ficar indiferente a provocações. Mas esse não é o pior. O pior é quando você pede que um suposto amigo interrompa suas gracinhas e em sua balança vale mais a pena continuar. Nesse ponto, o assunto inicial não importa mais. Se era uma questão importante como holocausto ou banal como sabor de pastel. Nesse momento a única coisa a ser levada em consideração é que tipo de amizade é capaz de me fazer algum mal conscientemente.

Pessoas erram. Porém, até enxergarem seus erros, não preciso disso.