tag:blogger.com,1999:blog-62964612071908618762024-02-23T18:03:34.378-08:00Paperback WriterRoberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.comBlogger208125tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-67882560039650621582024-01-12T13:05:00.000-08:002024-01-12T13:05:00.235-08:00Paper girl<p>Os cabelos castanhos esvoaçantes. Os lábios desenhados em vermelho. Um sorriso de encantar multidões.</p><p>Além da força do seu olhar, que funciona como um imã através do bar lotado.</p><p>Eu deveria ter te conhecido anos antes, não fosse a vida ser como é. </p><p>Quanto tempo passou para que eu descobrisse que a sua delicadeza parece com a minha. </p><p>Que você é tão encantadora sóbria quanto quando o alcool te deixa doidinha. </p><p>E eu apenas observo e penso o quanto você parece uma musa da qual as pessoas escrevem livros.</p><p>Você tem aquele jeito meigo que mal conheço e já conheço tanto; aquele jeito que transborda poesia.</p><p>Aquele jeito que quero continuar conhecendo.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-51239030092944457082023-10-10T07:28:00.000-07:002023-10-10T07:28:00.315-07:00Sobrecarga<p> Ele tinha razão.</p><p>O que eu sentia era sobrecarga. Um peso nos ombros de tanto tempo sustentando acontecimentos dolorosos.<br /><br />As lágrimas que não caíram começaram a transbordar pelos polos. A respiração estava pesada. </p><p>Eu precisava chorar.</p><p>É muita falta. Muita perda. A vida não é fácil o tempo todo.</p><p>E como me sinto melhor hoje!</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-8495116609863611642023-10-05T06:47:00.003-07:002023-10-05T06:47:53.662-07:00Boa noite<p>Estou com sono.</p><p>Esse maldito me seduziu no meio da noite.</p><p>Tá bom. Ainda não era nem meia noite. Mas estava deitada, pijama recém lavado. Dentes escovados, fio dental e enxaguante bucal. Hidratante de lavanda e camomila. Barriguinha quente e preenchida de uma refeição gostosa. Aconchegada nos cobertores com ventilador já posicionado.</p><p>Ele vem e me beija. </p><p>Eu tento argumentar. </p><p>Ele coloca caramilholas na minha cabeça para eu lembrar como é bom.</p><p>Dormir relaxados.</p><p>Eu tentei fechar os olhos e dormir. Mas o conforto se transforma em desconforto. As partes pulsantes do corpo te desejando. Os pensamentos impuros.</p><p>Dane-se a lavanda e a camomila.</p><p><br /></p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-29193692083410674352023-10-05T06:04:00.003-07:002023-10-05T06:05:07.051-07:00Velhice, família e tudo mais<p> Parece que a felicidade me alcançou. A paz no espírito, a constância acompanharam ela. E não me entenda errado, porque não é uma reclamação. Parece que agora eu sou adulta. Que o que me fazia escrever, o que me trazia os sentimentos mais artísticos e intensos era uma insatisfação da juventude. Nada mais me atormenta. Vivo uma vida de sonhos, casa aconchegante, amizades verdadeiras, amor real. Mas eu não posso me esquecer da minha alma de poeta e eu não posso esquecer de produzir algo. De procurar algo. Eu não posso só existir e ser feliz.</p><p>É só que às vezes parece que não existe mais a galera do blog e ninguém se importa.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-15658590300063754202023-06-28T06:43:00.001-07:002023-06-28T06:43:12.636-07:00F.A.J.<p> Meu pai sempre me pareceu uma pessoa sábia, como já disse muitas vezes. Eu só não sabia ainda que a sabedoria é constuída pelas lições que a vida nos dá.</p><p>O ruim é que a gente aprende muito mais com a dor do que com o amor, o que me faz pensar em quantas vezes ele sofreu.</p><p>Quando conhecemos alguém, podemos ter a imediata certeza de que terá um fim. Apesar de não sabermos o tempo preciso que irá durar, todas as coisas estão destinadas a acabar. E mesmo assim aceitamos conhecer e nos permitimos a aproximação. </p><p>A gente costuma nem pensar no fim, mas depois dele precisamos avaliar se valeu a pena, certo?</p><p>Porque a dor que temos é sempre proporcional ao sentimento que tínhamos pelas pessoas que se vão. Essa dor é o preço que pagamos pelas marcas que elas deixaram em nós.</p><p>Eu sempre acho que o preço vale pois sou muito grata pelas experiências que vivo e hoje tenho a certeza de que todas as coisas são temporárias.</p><p>Os acontecimentos ruins podem nos construir ou destruir e eu não sei dizer se são caminhos que nós escolhemos ou simplesmente acontece. Mas eu sinto que tenho me construído de uma boa forma, mesmo ciente de que não vou me sentir bem todos os dias.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Ana Paula</p><p>Fernando</p><p>Humberto</p><p>Bira</p><p>Fernando</p><p>Ney</p><p><br /></p><p>Obrigada</p><p><br /></p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-87757749878755034892023-05-30T14:55:00.005-07:002023-05-30T14:55:42.934-07:00Albano<p>Por que você era tão fechado?</p><p>Eu pergunto como se você pudesse responder.</p><p>Como se eu pudesse voltar no tempo e usar a maturidade que eu não possuía.</p><p><br /></p><p>Eu lembro de você como uma pessoa sábia.</p><p>Uma pessoa que sempre que sabia o que dizer. Ou até mesmo o que não dizer com longas pausas dramáticas observando o horizonte.</p><p> </p><p>E você parecia ser tão sociável com as pessoas próximas. </p><p>Então por qual motivo você nunca queria sair de casa?</p><p>Será que você era como eu?</p><p>Porque existiu algum momento em que eu fui extrovertida e animada.</p><p>Fui me podando pouco a pouco com medo do que as pessoas pensam.</p><p>O que é inclusive inútil. </p><p>Se eu sempre acho que as pessoas não gostam de mim, qual seria a diferença?</p><p><br /></p><p>Ser aceito é um assunto que sempre me trás lágrimas.</p><p>Algumas pessoas não entendem o motivo de eu sempre me esconder.</p><p>Prezar pelo meu espaço. Meu quarto.</p><p>Mas a porta nunca esteve fechada. Eu nunca impedi ninguém de entrar</p><p>Eu só queria receber as pessoas em um espaço em que eu estivesse confortável comigo mesma.</p><p><br /></p><p>Na verdade, eu só queria saber se você era como eu.</p><p>Seria bom saber que eu sou como você e então talvez as pessoas pensariam de mim o que falam de você.</p><p><br /></p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-87863679051453979622022-12-01T16:41:00.003-08:002022-12-01T16:41:23.456-08:00Medo.<p> Pode parecer pouco para tanta gente. Pouco peso. Poucas repetições. Pouco esforço.</p><p>Mas essa tanta gente não faz ideia do quanto eu sinto medo de me machucar novamente. Conviver com hérnia é nunca saber onde está a linha, tenue, entre de exercitar para fortalecer a musculatura ou dar mal jeito e inflamar o ciático. Um pouco demais e eu poderia ficar como antes; sem andar.</p><p>Exercícios causam dor e qualquer dor me parece que passei do limite. Qualquer puxão na coluna e os olhos enchem de lágrima pensando na pior fase da minha vida.</p><p>Eu estou tentando, eu juro. Eu estou fazendo tudo certinho. Fisioterapia, pilates, academia, bicicleta. Tudo com o maior prazer pelo simples fato de estar sendo capaz de fazer.<br />Só preciso de um pouco de paciência, porque forçar as coisas é assustador.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-42923185687552492202022-11-11T15:24:00.002-08:002022-11-11T15:24:35.316-08:00Autoimagem<p> Imagina que a maior parte da minha vida fui muito muito magra. Não apenas magra. Abaixo do peso. Sem volume nem nos locais desejáveis. E que de repente (provavelmente não foi de repente, mas não enxerguei essa mudança) hoje sou uma pessoa acima do peso.</p><p>No início, foi bacana. Não era mais uma tábua, tinha um corpinho legal. Mas o peso foi aumentando de forma que em algum momento eu fui classificada com obesidade em um avaliação de academia. </p><p>Toda essa mudança é muito confusa na minha cabeça por vários motivos.</p><p>Não sei em que ponto passou do ponto.</p><p>Não consigo enxergar. Quando estou fora do espelho, só vejo os bracinhos finos. O peito tapa a barriga e pronto. Aí eu começo a achar que deve ser um exagero.</p><p>E aí eu me olho em fotos. Me olho no espelho. Me sinto simplesmente gigantesca. Já não encontro roupas. Até porque nem tenho coragem de experimentá-las.</p><p>Mas também não me aceitam como gorda. E o que deveria me consolar só me faz sentir mais perdida e abandonada. Sozinha e isolada.</p><p>Eu definitivamente não entendo meu corpo ainda.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-29324196458027558352022-11-09T14:30:00.000-08:002022-11-09T14:30:28.191-08:00Notas mentais<p> Eu costumava acreditar que consertar as coisas era minha responsabilidade, por conta de um senso de justiça inabalável. Que tudo tinha que ser resolvido. Que todos os desentendimentos só acabam quando está tudo certo e todos estão felizes. Mas não. Na verdade, eu só tenho responsabilidade pelas minhas próprias ações. E é claro que devo gastar um bom tempo analisando minhas próprias ações para tentar melhorar. Assim como tenho que estar disposta a ouvir aqueles que se sentirem afetados pelas minhas ações pelo mesmo objetivo. Contudo, não tenho que interferir no pensamento alheio. Não tenho que resolver coisas em que as partes envovidas não estão interessadas em resolução.</p><p>Assim sendo, minha consciência tranquila deve me bastar. A opnião e o sentimento alheio não podem me afetar tanto assim. E eu não posso deixar de estar feliz baseada no sentimento alheio. Minha gentileza não serve para nada e não tem que servir. Tem que existir apenas na ação, não contando com nenhuma reação.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-64518854291778309972022-11-08T16:19:00.003-08:002022-11-08T16:19:35.261-08:00C.<p> Eu sempre preferi mostrar quem eu sou por ações, e não por palavras. E todas as ações que tive em relação a você foram para tentar ajudar, dentro do que está ao meu alcance. Você sempre soube até onde ia meu alcance. </p><p>Eu não deveria ter que listar tudo que eu fiz para que você enxergasse que sempre estive do seu lado. E a sensação de que se eu fizesse isso só tornaria as coisas piores me tira a esperança.</p><p>Não posso controlar o que você pensa e é por isso que dessa vez eu vou fazer diferente de tudo que sempre fiz, que é tentar invocar a justiça e a razão para consertar as coisas. Eu não tenho que conservar as coisas. Vou aceitar que só posso lidar com que eu sinto e se, mesmo me conhecendo, você está pensando errado de mim, não há nada que eu possa fazer além de continuar sendo a mesma pessoa de sempre.</p><p>É doloroso conviver assim. Não tenho muita estrutura para estar cercada de energias ruins. Mas posso cuidar de mim e sobreviver, com pleno conhecimento que a vida é feita de fases.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-27890317942747575222022-10-24T17:33:00.003-07:002022-10-24T17:33:24.617-07:0016 de outubro, 20:55<p> Eu queria ter tirado uma foto daquele céu. Mas se tem algo que todos sabem é a dificuldade de representar em fotografia aquilo que a qualidade absurda dos olhos capta. Mesmo quando você é míope, como eu.</p><p>Mas a verdade é que talvez lembrar seja o suficiente. Saber que com trinta e três anos ainda consigo olhar para o céu escurecido e me sentir de volta aos onze anos como se o meu coração fosse o mesmo.</p><p>Como se o olhar para o céu automaticamente seria capaz de atrair o alhar atento daquele que sempre tinha os melhores conselhos.</p><p>Queria saber o motivo pelo qual meu pai gostava tanto de se isolar num sítio, para poder saber com certeza se seria o mesmo do meu.</p><p>É uma sensação estranha estar na natureza e sentir como se fôssemos parte de algo maior. São os únicos momentos em que eu quase consigo tocar essa minha outra conciência que sabe de tudo e que fica embaçada nos dias normais.</p><p>Eu acho que parei de escrever tanto porque eu só tenho pensado coisas que não têm conclusão. Mas acho que devia deixar isso registrado mesmo assim.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-26530032793394487132022-09-19T16:24:00.001-07:002022-09-19T16:24:07.218-07:00Anotações para sua futura música, Bira<p> Next time I want a conversation</p><p>I'll start another conversation</p><p>This one is going nowhere, baby. You know</p><p>uuo uo</p><p><br /></p><p>You own me a different explanation</p><p>For the same old shit you put me through </p><p>Ask myself what I was to you</p><p>Don't know</p><p><br /></p><p>Uhh are you gonna leave me now</p><p>Will you even tell me how</p><p>All this time I thought I was special</p><p>I was special</p><p>I was special</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-2113481452853452722022-09-19T16:20:00.003-07:002022-09-19T16:20:28.515-07:00Ano novo<p> Eu nunca vou conseguir explicar totalmente o que eu sinto vendo a queima de fogos. Existe uma magia por trás das luzes coloridas. Um fascínio secreto e íntimo. Um tempo de reflexão.</p><p>Talvez seja a forma como me remete à lembrança da primeira que assisti no quintal no meu padrinho. Ainda consigo sentir a mistura de medo e ansiedade a cada vez que parecia que eles cairiam sobre mim.</p><p>E era tão perto e tão brilhante que todo ano a garotinha que habita em mim se aflora para assistir. </p><p>Poderia dizer que é uma sensação especial de reencontro comigo mesma. O ser humano calejado e cansado tentando se reconectar com aquela criança tão viva e fantasiosa. </p><p>Há uma dualidade muito grande em mim. Algo de puro e esperançoso que persiste em existir mesmo que a vulnerabilidade torne as decepções doloridas. No entanto, toda vez que relembro quem sou, continuo acreditando que essa é a melhor forma de existir e tenho muito orgulho de sacrificar a superficialidade amena em nome da complexidade imprevisível de um sentimentalismo profundo.</p><p><br /></p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-76796073286172539892022-08-11T17:41:00.003-07:002022-08-11T17:41:30.753-07:00B.<p>Como eu poderia dizer que sinto falta dela, se ela continua aqui?<br />Como explicar o sentimento de ausência de algo visível porém intocável; próximo porém inalcançável?<br />Talvez o problema em questão seja a distância. Não física, mas emocional.</p><p>Por algum tempo a proximidade foi constante e a sensação de perda veio pouco a pouco, até chegar o momento em que as coisas esfriam e você não sabe mais dizer o que sente. Parece inapropriado. Como se a pessoa se tornasse novamente desconhecida e você não tivesse mais o direito.</p><p>A preocupação é tão grande que às vezes dói. Queria tanto saber se você está bem. Mas bem de verdade. Bem por dentro. Queria tanto dizer um tanto que coisas que eu sinto e penso mas se a fase em que vivemos é mais afastada, eu tenho que ter paciência e esperar.</p><p>Minha certeza de que um dia você vai retornar permanece concreta. Só queria acelerar o seu tempo de cura para que tudo voltasse ao normal.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-72244927183644424372022-04-13T17:40:00.002-07:002022-07-27T08:13:52.655-07:00Enfim casados<p> Lá estava você. Me beijando como se fosse pela primeira vez, com os lábios trêmulos e os olhos marejados. Um nervosismo incompreendido, à principio, porém depois muito bem explicado. "Estamos casados", você disse. E nenhum de nós havia pensado que uma palavra - apenas uma palavra - faria tanta diferença. Mas fez. Pelo menos naquele curto espaço de tempo em que percebemos que o "para sempre" agora estava registrado no papel, assinado por nós, por testemunhas e uma juíza simpática.</p><p>Confesso que no dia-a-dia o convívio continua sendo tão bom quanto sempre foi. Mas quando paro para pensar na importância que dou a esse vínculo; a essa entrega... esse compromisso! Assusta um pouco. Provavelmente porque eu sempre fui do "Que seja eterno enquanto dure" e não muito do "Felizes para sempre". Talvez pelo simples medo do futuro imprevisível e de perder tudo que me faz tão bem. Mas não posso evitar de sorrir ao pensar que a gente só tem medo de perder aquilo que é bom. </p><p>A sensação de sempre é que eu tirei a sorte grande. E como sou feliz!</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-80179764703451125632021-09-08T10:01:00.004-07:002022-08-11T17:44:17.942-07:00Sun<p> Às vezes eu acho que não me expresso tão bem pela fala quanto gostaria. A escrita sempre foi algo muito mais natural e por isso parece que seguro muito meus sentimentos até que tenha a oportunidade de escrever.<br />Também por isso às vezes sinto minha reação fica um tanto congelada quando recebo determinadas notícias, especialmente as que eu não queria receber.<br />É muito difícil pensar numa perda proeminente. E muito difícil manter a esperança em tempos difíceis.<br />Parece que a vida já me abençoou com tanta sorte que eu nem tenho direito de pedir mais nada. Mas eu queria. </p><p>Sonhei tanto em ter você de volta ao nosso grupo. Sonhei que amanhã estaríamos comemorando seu anivesário e sua cura. Conversando até muito tarde, sempre tendo boas indicações de filmes! Tem coisas em você que não tem como não admirar. O seu respeito às outras pessoas, mesmo com pontos de vista diferentes. Sua maturidade. Sua capacidade de expressão. Mas nesse momento a que eu quero que você mais use é sua força de vontade. Você sempre teve que lutar muito na vida e sempre foi vitorioso. Por favor, não desista, soldado! Te aguardamos de volta.<br /></p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-9203341261659276422021-09-03T08:55:00.001-07:002021-09-03T08:55:41.825-07:00Parece afogamento<p> A sensação que eu tenho de vez em quando em relação à vida é que estou andando em circulos. Parece que eu estou perdida numa floresta sem migalhas. Não sei se é algo que faz parte de mim me sentir tao mal em determinados momentos, que chamo de crises. Mas também não vejo muita solução, simplesmente me martirizo até passar.<br />Me sinto sem ar. Sem esperança. <br />Será possível passar uma vida inteira sem conseguir um trabalho no qual eu possa ser feliz?<br />Por que será que é tão difícil encontrar pessoas como eu?<br />E eu tenho pessoas boas em minha vida, pessoas confiáveis, pessoas amigas.<br />Mas não posso evitar me sentir diferente de vez em quando. Distante. Desconexa.<br />Pacere que quando mais penso sobre isso, mais meu pensamento vaga e vai indo embora para outra galáxia e às vezes é difícil voltar. Difícil reencontrar um caminho que faz sentido.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-45514931110165808642021-07-02T04:28:00.001-07:002021-07-02T04:28:09.531-07:00Quem comprou meu admirável mundo novo?<p> De tempos em tempos, não sei ao certo com qual periodicidade, é montada uma feitinha de livros itinerante na praça da cidade. Diferente de uma livraria, que possui separações muito bem definidas e organização por autores, a feitinha é um mar de livros sem fim; um labirinto de gêneros misturados que aprisiona os desavisados leitores até o fim dos tempos, na tentativa de encontrar algo especial.<br /><br />Encontrei uma cópia do Admirável Mundo Novo um tanto surrada, empoeirada e despencando. O Admirável Mundo Novo é um clássico, desses sobre futuro distópico que eu tanto adoro e poderia explicar melhor se eu tivesse de fato lido. Agora entramos onde de fato quero chegar: ao perguntar para o vendedor se havia outra cópia, ele disse que apenas uma, mas que fora comprada mais cedo.<br /><br />Como eu queria saber quem comprou meu admirável mundo novo! Talvez fosse alguém esquisito como eu e eu não me sentisse tão só em minhas peculiaridades. Talvez exista um outro eu andando pela minha cidade, então por onde andaria? Que tipo de lugares frequentaria? Será que está próximo e eu não sei? Ou seria alguém que nunca conhecerei?<br /><br />É claro que é melhor não saber, afinal o desconhecimento me trás a oportunidade de não descobrir que na verdade este ser não tem nada em familiar comigo, comprou apenas para fazer uma odiosa atividade da escola. Vai saber! Prefiro acreditar que existe uma outra Roberta por aí.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-12438771317799985282021-06-04T07:31:00.002-07:002022-07-27T08:24:03.903-07:00Vou casar<p> Vou casar e tenho muitas dúvidas.</p><p>Não sei se as flores estarão frescas e nas tonalidades exatas. Se as músicas estarão adequadas. Vai que o DJ resolve colocar pagode? Se os convidados chegarão com pontualidade. Se eu poderei entrar com pontualidade ou se terei que esperar. Se a maquiagem vai borrar antes do tempo ou se o vento vai desfazer meu cabelo. Se os padrinhos estarão lá. Se a comida será servida na temperatura certa. Se o chopp ficará com o gosto exato da Porter do destino pela qual nos apaixonamos. </p><p>Será que vai chover? Será que vai dar tempo de gelar as bebidas? Será que a pandemia vai permitir a data marcada ou vamos ter que adiar? Será que a quantidade de convidados será suficiente?<br />Quantas pessoas irão?</p><p>O que será que vai me estressar no dia? Por mais que eu esteja repetindo um mantra mentalmente de que é somente mais um dia e que eu não posso depositar muitas expectativas, eu me conheço. O que será que vai dar errado?<br /></p><p>Será que minha mãe vai achar o penteado feio? Será que o vestido vai sujar? Como vou ao banheiro dentro daquela saia bufante e pesada? Será que eu vou conseguir comer e beber? Será que as fotos vão ficar boas? Será que vamos conseguir tirar as fotos brevemente para poder aproveitar a festa?<br /><br /></p><p>Vou casar, tenho muitas dúvidas e são todas bobas. É uma festa apenas, uma cerimônia para registrar algo que já sentimos. Algo que pretendemos continua sentindo. As coisas vão dar errado. Talvez não todas, mas eu sei que vão. Só que nada disso muda o principal. Nada disso muda o fato de que nenhuma das minhas dúvidas é sobre o noivo. Nenhuma das minhas dúvidas é sobre o caminho que escolhi. </p><p>Queria que todo mundo tivesse a oportunidade de ser amanda como eu sou e de poder amar uma pessoa incrível que merece tudo isso. Todo estresse que a gente tiver que aguentar no dia do casamento, vai valer a pela se a gente diluir pela quantidade de dias que estaremos juntos.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-9100680425638212862021-06-01T12:31:00.000-07:002021-06-01T12:31:00.985-07:00G.<p> Moça, eu jeito me encanta</p><p>O cabelo suave balança</p><p>Enquanto contempla o mar.</p><p><br /></p><p>A leveza constante</p><p>O perfume da alma</p><p>Entre as notas mais raras</p><p>Queria poder multiplicar</p><p><br /></p><p>Moça, teu brilho me encanta</p><p>Renova a esperança</p><p>Em uma humanidade esquecida</p><p><br /></p><p>Me faz querer dizer obrigada.</p><p>Me faz querer dizer que sorte a minha.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-32512233291049147032021-05-10T09:18:00.001-07:002021-05-10T09:39:33.329-07:00Saúde.<p>Saúde foi a última palavra que me disse. Na noite de sábado postei uma foto de taça de vinho. 10h da manhã de domingo você me respondeu. "Saúde".<br />Saúde foi o que você me disse porém talvez precisasse ouvir. </p><p>Eu não consigo descrever a dor de perder alguém.<br />Mas tentando, diria que essa dor não é como a de uma ferida. Superficial, com milhões de possibilidades de curativos; que uma hora sara. Não é isso. É como estar dolorido. É algo de dentro que você não sabe muito bem de onde vem. É uma dor incômoda que não permite que você faça nenhuma das outras coisas, sem ficar incomodado.</p><p>Perder alguém de súbito é cruel e uma dor que já me é familiar, infelizmente.<br /><br />Não consigo descrever como será estar em casa sem ouvir as músicas na janela ao lado, sempre muito bem selecionadas. Como será a falta de luz sem ouvir os acordes do violão à luz de velas. E falta tanta luz lá em casa! Não vamos ter mais os escambos de receitinhas deliciosas e um cheiro maravilhoso que invadia minha casa, provocando minha dieta.</p><p>Antes de nos conhecermos deixei um bilhetinho por baixo da porta, te alertando que havia uma aranha enorme em sua roupa no varal. Fiquei com medo de te picar ou causar alguma alergia. Me senti muito idiota por deixar esse papel, e quase não fiz. Para minha surpresa, você guardou. Junto da aranha num potinho de vidro. E me mostrou meses depois. Quem faz isso? Eu faço isso! Mas eu não imaginei encontrar alguém que pusesse tanto valor em uma lembrança assim, como eu gosto de fazer para demonstrar o quanto me importo.</p><p>Você deixou ontem a falta de um sorriso sempre simpático. Sempre gentil. </p><p>Seu silêncio vai fazer muita falta. Humberto! </p><p>Mas eu sei que no fundo todas as coisas têm uma razão. A gente só não conhece. Não entende. Então se foi desse jeito, eu confio que tenha sido por um bom motivo. Tenho certeza que a sua presença fez a diferença em muitas vidas. E a sua missão deve ter sido concluída com sucesso.</p><p>Obrigada!</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-2568263742656999392020-11-28T05:05:00.002-08:002020-11-28T05:05:45.324-08:00Eu desafio<p>Eu desafio.</p><p>Desafio sua manifestação.</p><p>Desconsidero sua força.</p><p>Desconheço sua presença.</p><p>Ela pensou, inocente. Mas seus pensamentos eram gritos que ecoavam no universo. Mal sabia que aos poucos suas palavras se transformavam nos monstros que a assombravam e atormentavam constantemente.</p><p>Era hora de dormir. De deixar a cama a abraçar para mais uma noite bem vinda de sono. Mas ela duvidava, desconfiava de existência de tudo que não era concreto e palpável. Desconfiava também do que era, mas por outros motivos. E naquela noite, antes de deitar, escovava os dentes e se perguntava o motivo de tanto apego das pessoas com forças sobrenaturais. Tantas crenças, santos e deuses. </p><p>Estava cansada. Cansada de tanto ser forçada a acreditar também. Porque era o caminho mais normal. Porque uma pessoa sem fé seria certamente condenada. Exausta de ser tratada como errada por ser diferente.</p><p>Olhando no espelho, ela desabou:</p><p>- Quer saber? Eu quero ver então. Quero ver alguma coisa aparecer, alguma coisa acontecer. Pois eu desafio o que quer que seja de dar as caras, é muito fácil viver dessa crença no invisível.</p><p>Foi quando algo mudou. Imperceptível no começo, inegável depois.</p><p>O jeito como seu reflexo a observava era nitidamente diferente. No começo a encarava, mas como seria diferente? Porém a sensação de ser observada, fez com que ela se calasse.</p><p>Os pelos no braço começaram a subir, e a pele a se arrepiar, quando enfim notou o sorriso. Os dentes começaram a se mostrar sem que ela fizesse aquilo. Rapidamente se transformaram em um sorriso de deboche, de desdém. </p><p>Ela recuou, mas a figura não. Não era ela. Não fez nada mais do que aquele sorriso e aquele olhar. E de alguma forma, nada mais precisava ser feito para transmitir aquela mensagem.</p><p>De repente tudo se apagou e ela acordou. </p><p>Coração palpitante, suor por todo o corpo e as mãos tremendo.</p><p>Nunca desafie o que você não conhece.</p>Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-27905189406219906822020-06-02T11:46:00.002-07:002020-06-02T13:46:09.453-07:00Pé frioExiste algo dela espalhado em todos os cantos da minha casa. Cabelos infinitos em cada canto, de uma forma que eu nem entendo como. Existe ela própria espalhada por cima de mim, não importa a situação. Se estamos no sofá, ela deixa as pernas sobre as minhas ou, quando está frio, sempre acha uma forma de encaixar os pés debaixo de mim. Às vezes se aconchega no meu ombro para ver filme, e teima comigo que não vai dormir, quando nós dois sabemos que vai. Se estamos na cama, sou completamente entrelaçado por um abraço interminável com os braços e as pernas, enquanto sofro com as cócegas se seus cabelos. Mesmo no verão, quando está quente demais para isso, ainda que fique longe, ela sempre deixa pelo menos o pezinho encostado no meu.<br />
É que ela gosta de estar perto. E esse é só o jeito dela demonstrar o quanto minha presença a acalma. Como se eu pudesse protegê-la de tudo. E ela não consegue nunca estar perto sem me tocar. São agora quase quatro anos desde o primeiro beijo, e ela ainda não consegue estar perto sem me tocar. E ela diz que é melhor eu me acostumar.<br />
<br />Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-21917892153101348462020-05-07T08:20:00.001-07:002020-05-07T08:21:20.684-07:00ChuvaTrinta anos e continuo sorrindo para a chuva toda vez que ela começa a cair. Fecho os olhos por alguns segundos toda vez que seu som se intensifica.<br />
Trinta anos e digo que o dia está lindo sempre que abro as cortinas, independente do clima. Cada dia tem sua beleza.<br />
Posso não ser mais a garota que fica em um café escrevendo ao som de Don't panic. Mas é só por falta de tempo. Ainda me parece um ótimo programa.<br />
Ainda não entendo como eu posso gostar tanto das coisas simples e sofrer tanto pelas expectativas grandiosas. É meio incoerente da minha parte.<br />
Mas toda vez que chove nada mais importa.<br />
<br />Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6296461207190861876.post-48231446607801664012020-05-02T07:22:00.001-07:002020-05-02T07:22:42.253-07:00Depois de tanto tempoDepois de tanto tempo, eu chorei. Chorei porque desde que você foi embora levou junto um pedaço. Me deixou incompleta. Chorei porque percebi que a vida como eu conhecia, tão cotidiana, nunca mais foi a mesma.<br />
A verdade é que a gente aprende a conviver, se distraindo. Mas, quando paramos para pensar... para lembrar dos momentos vividos, o coração enfraquece.<br />
Eu juro que não tenho ressentimento. A maior parte de mim entende que era tempo de você ir; aceita que tudo é uma questão do destino. escrito e controlado, traçado pelo universo.<br />
Porém, sempre resta aquela pequena parte egoísta que queria que você estivesse aqui. Que gostava de ser protegida de tudo e não ter um pingo de preocupação sobre nenhum dos fatores da minha vida.<br />
Às vezes eu só queria voltar um pouco no tempo e ter dito o te amo que ficou engasgado quando você pediu para eu sair de perto. Você sabia o que estava acontecendo, e pela última vez me protegeu. Eu não sabia, só sentia que algo estava errado. Só tinha esse impulso de dizer que te amava, mas não o fiz.Roberta Albanohttp://www.blogger.com/profile/11120175157458068962noreply@blogger.com0