domingo, 28 de abril de 2013

Como você pode? - ele perguntou.
Como você pode despejar palavras em sequencias de ações que nunca existiram? Criar tanta mágica e virar para o lado na cama almejando apenas um sono tranquilo como se não fosse nada de mais. Toda essa vida pulsando nas veias e você mistura com álcool um sangue tão puro; tão doce. Como se fosse jovem e a juventude não fosse algo que pouco a pouco vai deixando de habitar seu peito.
Tomou outro gole, e percebeu que nem devia ter começado. Mais um e percebeu o quanto estava perdendo  fora de sua tontura particular. Podia declarar o quanto, de forma alguma, podia fazer parte do grupo. De nenhuma maneira estava destinada a ser normal para a maioria. Como se fosse importante participar.
Tentou focar a vista em pontos específicos e esperar tudo passar, mas a mente começava a se perder, como se fosse embora de férias e deixasse o corpo largado à descoordenação.
O tempo passa e os problemas se resolvem quase que sozinhos, automaticamente. Esperar conserta quase tudo.
Ela sempre escreveu enquanto esperava o tempo fazer efeito. Sobre ela; sobre eles; sobre ninguém. As palavras eram formas de expor invenções ou readaptações. Ser real é o que menos importava. Nunca se esqueça que o importante é a mensagem passada e o quanto ela pode significar para ela ou para alguém.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Done with special

Que diferença ela tinha?
Qual número inacreditável usaria para conquistar toda a corte?
No espelho o rosto é sempre o mesmo: vermelho por inteiro
Mas a história continua se repetindo
Tamanho fascínio
Recendido por quem não consegue sorrir
Sem transformar mundos

Gostava tanto do simples
Queria o simples para ela também
Mesmo que houvesse possibilidade de jamais o ter

Enquanto isso, pensava em se isolar de tudo,
Afastando qualquer mal que possa vir a fazer indiretamente,
Como se, com isso, pudesse resolver os problemas
Não chegando a causá-los

Mas é tão triste e solitário
Saber os efeitos de meros olhares
E, dessa forma, ter que manter as pálpebras cerradas
Perdendo tanta beleza em viver

Aposto que o rosto está vermelho agora
Enquanto ninguém olha, está vermelho
E a história sempre se repete
Mas, assim como o sol volta ao seu lugar,
Todos têm um papel a desempenhar

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Rei do castelo

De que forma fostes eleito, grandioso Rei?
E, desconsiderando o processo eletivo,
Quem levantou teu nome como opção?
De todo sangue azul conhecido
Jamais imaginei tua vontade em reinar meu castelo
Tão pouco que você considerou a possibilidade de fazer parte de mim
Até onde sei.

Mas o dia chegou
E, caminhando por sobre as pedras frias,
Deixastes teu cheiro
Tomando para si
Tudo que havia pertencido a mim.

Não sobrando escolha ou fuga,
Também eu virei pertence de ti
De teu trono, morada do meu coração,
Passastes a comandar todo o vilarejo

Fechou os portões, aprofundou os fossos
E lá permaneceu cultivando os campos de alimento
Manteve as janelas abertas para não faltar sol.

Não conteve sorrisos ao povo,
Já não havia razão para esconder o sentimento:
Se encontrava exatamente onde queria estar.

E o castelo foi bem cuidado
O feudo prosperou em suas mãos férteis
Meu coração jamais ficou seco despedindo-se do sangue
Porquanto não conseguia mais deixar o pulsar

Não fui eu a responsável por sua chegada
E, como era o certo,
Não precisei me esforçar em evitar tua partida
Apossou-se de meu território
E, de nosso castelo, me fez rainha.

Magic girl of funny noises

Não precisei de muito para enxergar,
Além das janelas e cortinas,
E encontrar você
Descansando uma das mãos em teclas
Outra em lápis aquarela
Enquanto criava um mundo melhor.

Veio, sacudiu os cabelos
E sorriu.
Ignorando que é preciso mais que isso para conquistar alguém
Acabou por me deixar rendida
Sentindo que a verdade é que não faltava mais nada
Percebi que tudo que era necessário era encontrá-la
Vê-la real dando esperança para crer em salvação
Envolta de luz e eternamente especial

Como eu poderia não ser tão feliz?
Me alegrar facilmente com simplicidade
Uma vez que conheço tanta coisa boa
Boa como você,
menina dos barulhos engraçados,
um anjinho para mim.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Alegria

Esta alegria que sinto agora
Do que me serve se,
Sendo intransferível,
Não posso te entregar numa bandeja
Como há muito tempo gostaria de fazer?

Não entende?
Não vejo o sorriso que tenho:
O que me interessa é o teu!
E para que me preencher
Se não posso te completar?
Para que serve confessar os pecados
Se o ato não iria te salvar?
A melhor coisa do mundo
E me vejo de bracos cruzados
Obrigatoriamente cruzados

Trocaria de lugar com você
Hoje e sempre
Mas tudo que posso fazer é tentar te guiar
Tentar, insistir. Recomendar e pertubar
Não posso andar o caminho por você
Tão somente posso garantir que estarei ao teu lado
Sempre que precisar