De tempos em tempos, não sei ao certo com qual periodicidade, é montada uma feitinha de livros itinerante na praça da cidade. Diferente de uma livraria, que possui separações muito bem definidas e organização por autores, a feitinha é um mar de livros sem fim; um labirinto de gêneros misturados que aprisiona os desavisados leitores até o fim dos tempos, na tentativa de encontrar algo especial.
Encontrei uma cópia do Admirável Mundo Novo um tanto surrada, empoeirada e despencando. O Admirável Mundo Novo é um clássico, desses sobre futuro distópico que eu tanto adoro e poderia explicar melhor se eu tivesse de fato lido. Agora entramos onde de fato quero chegar: ao perguntar para o vendedor se havia outra cópia, ele disse que apenas uma, mas que fora comprada mais cedo.
Como eu queria saber quem comprou meu admirável mundo novo! Talvez fosse alguém esquisito como eu e eu não me sentisse tão só em minhas peculiaridades. Talvez exista um outro eu andando pela minha cidade, então por onde andaria? Que tipo de lugares frequentaria? Será que está próximo e eu não sei? Ou seria alguém que nunca conhecerei?
É claro que é melhor não saber, afinal o desconhecimento me trás a oportunidade de não descobrir que na verdade este ser não tem nada em familiar comigo, comprou apenas para fazer uma odiosa atividade da escola. Vai saber! Prefiro acreditar que existe uma outra Roberta por aí.
sexta-feira, 2 de julho de 2021
Quem comprou meu admirável mundo novo?
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