É aquilo que diz Felipe Pena sobre a eterna insatisfação das pessoas. Não acho ruim. Acho que a insatisfação é a única coisa que nos mantém em movimento, se não a inércia já teria tomado conta há muito tempo.
Pois bem. A ideia descabida a me correr no dia de hoje é o quanto, mais uma vez, minha aparência me incomoda. Não sou magra o suficiente. Nem gorda o suficiente também. Se estivesse, também tivesse mais oportunidades de ajuda. Não, fico confortávelmente encaixada num meio termo em que nem posso apresentar a beleza da magreza, pois não possuo, e nem posso reclamar muito sobre isso, pois não tenho muito do que reclamar.
Mas reclamo. Reclamo por dentro me sentindo mal e desejando me alimentar de luz. Praguejando meu desejo infinito por coisas deliciosas.
Sigo meu método. Entrei na maldita academia. Faço os malditos exercícios. Estabeleci um prazo para começar a ver resultado e evito me cobrar antes dele. Continuo o método como se fosse uma obrigação, e o peso da obrigação sustenta minha insatisfação.
Queria que tudo fosse imediato, mas não é.
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