Vou casar e tenho muitas dúvidas.
Não sei se as flores estarão frescas e nas tonalidades exatas. Se as músicas estarão adequadas. Vai que o DJ resolve colocar pagode? Se os convidados chegarão com pontualidade. Se eu poderei entrar com pontualidade ou se terei que esperar. Se a maquiagem vai borrar antes do tempo ou se o vento vai desfazer meu cabelo. Se os padrinhos estarão lá. Se a comida será servida na temperatura certa. Se o chopp ficará com o gosto exato da Porter do destino pela qual nos apaixonamos.
Será que vai chover? Será que vai dar tempo de gelar as bebidas? Será que a pandemia vai permitir a data marcada ou vamos ter que adiar? Será que a quantidade de convidados será suficiente?
Quantas pessoas irão?
O que será que vai me estressar no dia? Por mais que eu esteja repetindo um mantra mentalmente de que é somente mais um dia e que eu não posso depositar muitas expectativas, eu me conheço. O que será que vai dar errado?
Será que minha mãe vai achar o penteado feio? Será que o vestido vai sujar? Como vou ao banheiro dentro daquela saia bufante e pesada? Será que eu vou conseguir comer e beber? Será que as fotos vão ficar boas? Será que vamos conseguir tirar as fotos brevemente para poder aproveitar a festa?
Vou casar, tenho muitas dúvidas e são todas bobas. É uma festa apenas, uma cerimônia para registrar algo que já sentimos. Algo que pretendemos continua sentindo. As coisas vão dar errado. Talvez não todas, mas eu sei que vão. Só que nada disso muda o principal. Nada disso muda o fato de que nenhuma das minhas dúvidas é sobre o noivo. Nenhuma das minhas dúvidas é sobre o caminho que escolhi.
Queria que todo mundo tivesse a oportunidade de ser amanda como eu sou e de poder amar uma pessoa incrível que merece tudo isso. Todo estresse que a gente tiver que aguentar no dia do casamento, vai valer a pela se a gente diluir pela quantidade de dias que estaremos juntos.
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