Eu nunca vou conseguir explicar totalmente o que eu sinto vendo a queima de fogos. Existe uma magia por trás das luzes coloridas. Um fascínio secreto e íntimo. Um tempo de reflexão.
Talvez seja a forma como me remete à lembrança da primeira que assisti no quintal no meu padrinho. Ainda consigo sentir a mistura de medo e ansiedade a cada vez que parecia que eles cairiam sobre mim.
E era tão perto e tão brilhante que todo ano a garotinha que habita em mim se aflora para assistir.
Poderia dizer que é uma sensação especial de reencontro comigo mesma. O ser humano calejado e cansado tentando se reconectar com aquela criança tão viva e fantasiosa.
Há uma dualidade muito grande em mim. Algo de puro e esperançoso que persiste em existir mesmo que a vulnerabilidade torne as decepções doloridas. No entanto, toda vez que relembro quem sou, continuo acreditando que essa é a melhor forma de existir e tenho muito orgulho de sacrificar a superficialidade amena em nome da complexidade imprevisível de um sentimentalismo profundo.
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