Eu queria ter tirado uma foto daquele céu. Mas se tem algo que todos sabem é a dificuldade de representar em fotografia aquilo que a qualidade absurda dos olhos capta. Mesmo quando você é míope, como eu.
Mas a verdade é que talvez lembrar seja o suficiente. Saber que com trinta e três anos ainda consigo olhar para o céu escurecido e me sentir de volta aos onze anos como se o meu coração fosse o mesmo.
Como se o olhar para o céu automaticamente seria capaz de atrair o alhar atento daquele que sempre tinha os melhores conselhos.
Queria saber o motivo pelo qual meu pai gostava tanto de se isolar num sítio, para poder saber com certeza se seria o mesmo do meu.
É uma sensação estranha estar na natureza e sentir como se fôssemos parte de algo maior. São os únicos momentos em que eu quase consigo tocar essa minha outra conciência que sabe de tudo e que fica embaçada nos dias normais.
Eu acho que parei de escrever tanto porque eu só tenho pensado coisas que não têm conclusão. Mas acho que devia deixar isso registrado mesmo assim.
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