- Por que você teve que ir? - Ela perguntou.
Ao final da frase a resposta já estava declarada, automaticamente. Porque pessoas vão embora. De vez em quando, partem antes de fazer falta. Em outros casos, permanecem por tanto tempo que parece nunca irão. No entanto, eventualmente, partir é algo que vai acontecer. A não ser, é claro, que quem vá seja você mesmo.
Algumas vão embora por elas mesmas; insatisfação. Outras deixamos ir; desvalorização. Se nenhum dos dois motivos as afastar, a morte vem para fazer cumprido o destino: nada dura para sempre. O fim é parte humanidade; manutenção da vida.
E como fazem isso bem, não é? Partir. Porque, no final, não é só o ir embora que conta; é partir o coração em pedaços mesmo. Talvez o verbo nem tivesse esse significado de abandonar se não fosse associado ao coração quebrado que quem vai deixa para trás.
Mas é natural, claro, nos faz permanecer em movimento, o relógio sempre marcando suas badaladas. Nunca vai parar de acontecer, entretanto. Assim como nunca será anestesiada a dor.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
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