quinta-feira, 28 de julho de 2016

Lies

Queria. Queria entender o que fiz para que você fosse embora. Afinal, se tudo que fiz não foi o bastante então não há mais o que fazer. Restam os livros e adquirir um gato. Aprender a gostar de gatos talvez. Não que eu desgoste. Mas não gosto também. É neutro.
Quando te conheci pensei que era uma alma boa porém perdida. Precisando de ajuda. Um olhar seu e eu não queria sair de perto. Tentei te iluminar e acolher. Trazer para o meu mundo alegre e simples.
Ah, mas a memória falhou. Esqueci que você sempre foi, é e será uma pessoa.
E pessoas vão embora, é sua natureza.
Pessoas são frágeis. Humanos... tentados facilmente. Felizmente, nasci robô.
Mas queria aprender e entender como você fez o que fez. Afinal, só me restam hipóteses e nenhuma delas me faz bem.
Aliás, nada me faz bem.
Ter que fugir, bloquear, excluir. Temer entrar em redes sociais e achar uma foto sua estampada.
Porque eu tentei observar. Buscar nessa distância algum sinal de que você me amava ou sentia minha falta, e não consegui ver.
Penso em visitar teu blog, por exemplo. Mas sei que qualquer coisa que eu possa achar só vai me fazer sentir pior.
Todas as coisas boas ficam apenas na minha cabeça.
Só é difícil pensar em coisas boas achando que tudo pode ter sido mentira.

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