segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Deixe-me ser
O monstro que sou
Devorar-te pouco a pouco
A carne já podre
Purificando, assim, tua alma.
Confie em mim
Mesmo a dor vai melhorar
Sem sentido é amargurar
Seja você quem é
E deixe que eu seja,
ao mesmo tempo,
quem sempre fui.
Não existe freio
Nos lábios do monstro
Nem enforcador
Reprime o animal
Não seria assim de tal forma
Que ele pode seguir em frente?
Você já pensa
A couraça o torna indestrutível
Com isso incombatível
Assustador, por fim.
Mas não há mal em seu coração
Que supere a bondade nas intenções
Acredite e deixe a fera se aproximar
Sem levantar escudos
Construir muralhas
E se fechar na torre.
Decapitar tua cabeça seria tão fácil
Não vê?
Poder não torna ações obrigações
Se fosse para roubar seu sorriso,
arrancaria seus dentes
Um por um
Mas prefere observar o sono tranquilo
Para dar-te a mão ao sinal de pesadelos
Afagar os cabelos até que os sonhos voltem
Quem o fez monstro
Se não você?
- A forma que o vê
Entrega-lhe logo o coração
Há refúgio para ele
Escondido além da pele fria
Poderia tomá-lo
Usando força
Mas não seria útil
Se não fosse um presente, seria?


2 comentários:

Kamus. disse...

Perfeito!

Roberta Albano disse...

Hey! Você pode aqui sem nem eu precisar te pertubar? Que lindo :) Poesia escrita 7 horas da manhã no celular andando pra pegar o onibus!

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