sábado, 22 de novembro de 2025

Florescer

Tanto tempo atrás

Palavras em papéis coloridos

Dizem para mim

Mas falam de ti


Parece outra vida

Antes dos meteoros e dinossauros

Zero crateras


Meu coração era uma superfície lisa

Plana e árida

Casa sem cobertura

A chuva escorria

Perdia tudo sem ter nada


Eu era um terreno baldio.


Ladeado das gramas mais verdes

Por contraste ou desconhecimento


Até a semente dos papéis coloridos germinar

Transformar em floresta

Jardim secreto

Plantação selvagem

Florescer

sábado, 15 de novembro de 2025

People pleaser

Aconteceu novamente.
As páginas do livro se conectaram com a realidade, através da manifestação de um novo NPC.

Ela disse para mim que eu me preocupo demais. Que eu estava cantando com medo de não gostarem. Que eu estava escrevendo com medo de acharem ruim. Que eu deveria me libertar dessas preocupações e só fazer.

Parece simples, mas ao mesmo tempo fazer com o medo que sinto já é um esforço tão grande! Continuo fazendo porque gosto, pagando o preço necessário.

Eu sei que algumas pessoas não têm esse custo e eu as admiro.

Mas é nesse momento que eu entro nas páginas de hoje. A necessidade incontrolável de fazer as pessoas gostarem de mim. Muitos diriam que eu não tenho isso, porque aprendi a demonstrar muito bem meus gostos e desgostos e a estabelecer limiter. Porém, é mais profundo que isso e as partes mais vulneráveis de mim ainda são vampiras e se queimam com a exposição ao sol.

"You're such a strange girl

I think you come from another world

You're such a strange girl

I really don't understand a word"

É como me sinto sempre que eu penso sobre os que os outros devem pensar de mim. E a realidade é que nem devem pensar e eu deveria sim me preocupar menos.


terça-feira, 11 de novembro de 2025

Diferenças entre canônes e canollis

Por que eu sinto isso?

Como se eu estivesse boiando abaixo da superfície.

A água faz uma pequena película de distorção, como um filtro de cor, e tudo fica desconexo e confuso.

Uma outra realidade, escondida atrás das sombras mas sempre à espreita.

O tempo todo à uma curta distância, ao alcance dos dedos, mas presa na distância do horizonte.

É como o acordar. Por poucos segundos:

 Você sabe

Você lembra

Você não entende

Você não tem mais.

Para onde foi e o que era?

Eu me sinto naturalmente entorpecida. 

Passo por uma núvem espessa na janela de um prédio alto na serra, e é só água e frio.

Para onde foi a estrutura dela e os sonhos de algodão doce?

A materialidade inventada pela mente - ela mente e não se comprova.

Por que eu sinto que tem algo mais que eu não estou vendo?

Por trás desse espelho, que talvez não seja espelho, seja Alice.

Pelo inverso dessa melodia, que talvez um código secreto de Mozart para acessar o mundo ao contrário.

A conspiração respira no meu cangote e ri da minha cara, pois não adianta procurar por um sentido, pois não há.

Então porque eu ainda me sento sempre na beira. 

Porque eu me sinto sempre beirando a loucura quando eu tento atravessar essa camada fina de proteção?

Não há como boiar abaixo da superfície. Mas eu não estou me afogando. Então estou presa? Mas me sinto tão leve. Talvez eu esteja mergulhando.

Por que quero? Ou por puro condicionamento?

Eu sei que tem algo errado.

Às vezes, eu acordo e tem algo deslocado. O mundo deslizou 5cm para a esquerda.

Mas talvez seja só o meu óculos torto.