sábado, 1 de novembro de 2014

Soneto sem classe

Inspiração crescente enquanto o corpo é deflorado
Palavras ardentes enquanto a pele é consumida
As mãos quentes deslizando, a boca liberando o gemido
A música aumentando mas as letras perdendo o sentido

Os olhos fechados mas os lábios molhados te guiam
O cenário se desfoca e as cores se mesclam desimportantes
Todo brilho recorta seu corpo de um mundo apagado e sem graça
A respiração ofusca qualquer outro som

Qualquer movimento torna-se sonho:
Perdido ou misturado com uma realidade confusa; anestesiada
Qualquer toque torna-se brasa. Os beijos, faíscas

Então, eis o ritmo do adormecido - o silêncio em paz
E o prazer continua só por encontrar-lhe ali:
Teu contorno acabado preenchendo meu lado

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