quarta-feira, 25 de março de 2015

Princesa

Infelizmente, é hora de partir.
É difícil deixá-la nos braços do pesadelo
Ciente de que sou incapaz de protegê-la
Do mal que mais lhe aflige:
- aquele causado por você mesma,
ao desdenhar de si.

É difícil fechar os olhos
Para não ver as lágrimas
Ao mesmo tempo que é necessário suportá-las
Para estar perto de ti.

Em todas as perguntas que construo,
Ao observar teu sono,
Não encontro resposta alguma.
Não vivo teu sonho ou leio tua mente
(E talvez fazê-lo de nada adiantaria)

Se você soubesse a resposta,
Ainda faria isso com você mesma?

Ó amada
Quando penso, nos vejo vítimas
Mas que culpa tem o espelho?
Ou que defesa teria das tuas investidas?

Não existe narcisismo inverso, Princesa
Ver o pior de si também é ser egocêntrico

E que belo egocentrismo escolhestes:
Aplicado em encontrar seus defeitos
Guardar o martírio preso ao pé da cama

Cara amada,
levante teus olhos!
Esse mundo sem esperança já está destruído.

Todos somos anjos caídos,
longe da perfeição.

Você pode buscá-la ou se afastar ainda mais
Mas não fique na inércia
Você sabe como ela funciona

Busque o futuro adequado
Troque quantas vezes for necessário
Mas não escolha a solidão
E não olhe para trás.

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