terça-feira, 17 de março de 2015

Sorriso em sépia II

Te chamei de sorriso em sépia pela forma como ficou gravado em mim. Parecia fotografia.
Do tipo nostálgico que você guarda para lembrar dos momentos bons e tira um dia para rever de vez em quando.
Te chamei de sorriso em sépia porque não importa o quão nítida a lembrança exista, você sempre foi algo que eu matinha na busca. Uma vontade que nunca passa.
Tudo que eu queria era fazer desse sorriso meu. Sentar na tua frente como se fosse capaz de não me constranger enquanto admiro fixamente cada detalhe. Mas você me olha de volta então abaixo a cabeça, no medo de desejar além do alcance. Construir uma ponte interminável.
Eu queria mais. Queria ser a pessoa a encontrar teu sorriso se porventura perdê-lo. Resistir às minhas tentações de roubá-lo e escondê-lo para mim; devolvê-lo ao rosto rosado do qual nunca deveria ter saído.
Não tenho certeza se foi exatamente o sorriso que me fez ficar apaixonada. Hipnotizada. Refém. Tem tantas coisas em ti que me encantam. O que posso declarar sem dúvidas é que percebi o que eu sentia quando reparei que, a cada breve piscar de olhos, as pálpebras se fechando por frações de segundos projetavam seu sorriso. E ele me fazia sorrir também.

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