terça-feira, 19 de julho de 2016

All kinds of suffering

Eu sempre preferi dirigir de madrugada. A sensação de vazio à frente na pista. A falta do calor de qualquer humanidade por toda a volta. O escuro e a melancolia. De certa forma, contrasta com como me sinto. Não em tudo. Afinal, escuridão nesse momento não me falta. Mas de humanidade sinto-me cheia. Como se o que há em mim bastasse.
Essa sentimento me leva para muito longe de onde queria estar. Raiva era o que eu estava procurando. Desejo odiar. Difamar o teu nome. Mas, como disse, a pista está vazia; não há ninguém para escutar. Além disso, não conseguiria o fazer. Não conseguiria desrespeitar um segundo do que vivemos, independente da recíproca.
A noite representa até onde consigo enxergar agora. Estou perdida.
Acho que não é fácil esquecer um amor. Principalmente quando ainda amamos.
Mas ter que lembrar que este amor está apenas em mim, dói.
Ter que imaginar como está sendo para ele me esquecer, dói. E doeria de qualquer forma. Se ele estivesse mal por isso, doeria empaticamente, porque se tem uma coisa que fiz nesses últimos tempos foi tentar afastar qualquer ferida. Sem sucesso.
Se ele estivesse bem, também doeria de saber que sou facilmente "esquecível".
A verdade é que eu não deveria me importar, mas me importo.
Não deveria sentir saudades, mas sinto.
Mas, como não há nada que eu possa fazer, só me resta dirigir e esperar tudo passar.

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